Quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pela morte de um homem em São Lourenço do Oeste. O crime ocorreu no dia 11 de março deste ano no estacionamento de um supermercado. Os mandantes, que seriam a ex-mulher da vítima e o atual companheiro dela, teriam prometido R$ 10 mil aos executores para a prática do crime. A vítima foi atingida por seis tiros.
Os supostos mandantes foram denunciados pelo MPSC por homicídio qualificado (promessa de pagamento, traição, emboscada e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima) e uso arma de fogo de uso restrito. Já os possíveis mandantes foram denunciados por homicídio qualificado (motivo torpe, traição, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e uso arma de fogo de uso restrito.
A denúncia já foi recebida pela Justiça e os réus respondem ao processo presos preventivamente.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia, a ex-mulher da vítima e o atual companheiro dela seriam os mandantes do crime. A ré estaria em processo de divórcio litigioso com o ex-marido e esse seria o possível motivo para o homicídio.
Conforme o processo, dias antes do crime, o casal entrou em contato com um dos executores, que mora no Litoral catarinense, para que ele intermediasse a contratação de alguém para matar a vítima. Então, mediante uma promessa de pagamento, este passou para o casal o número de telefone do suposto executor, que também reside no Litoral. Os mandantes teriam entrado em contato com o homem indicado e prometido pagar R$ 10 mil pelo assassinato. Eles teriam dito a esse executor que a vítima teria furtado drogas deles.
No dia 10 de março, o casal teria enviado um valor por Pix para o suposto executor comprar passagens de ônibus para Chapecó. Ele teria saído do Litoral naquela noite e chegado ao Oeste na manhã seguinte. Então, o casal teria ido buscá-lo na rodoviária em carros separados. Ela teria seguido viagem direto para São Lourenço do Oeste, enquanto os dois teriam parado numa cidade no caminho para pegar a motocicleta que seria utilizada no homicídio.
O suposto executor ficou hospedado em um hotel da cidade e à tarde, numa praça, o atual companheiro da ré teria lhe entregado a arma que seria utilizada no crime. Ele teria voltado ao hotel para esperar as ordens dos mandantes e a localização da vítima.
Por volta das 18h30, um dos supostos mandantes teria ligado para o réu e avisado que a vítima estava em um supermercado da cidade. Então, ele teria ido até o estacionamento do estabelecimento, estacionado a motocicleta ao lado do carro da vítima e aguardado a sua chegada.
No momento em que guardava as compras no porta-malas, o suspeito teria disparado duas vezes nas costas da vítima. Na sequência, quando o homem se virou para cair, levou mais um tiro. Então, quando já estava no chão, o réu teria dado mais três tiros à queima-roupa, levando a vítima a óbito no local.
O suspeito, que fugiu do local, teria se escondido em uma área de mata no interior do município. Na sequência, o possível mandante foi atrás dele para prestar auxílio, momento em que teria recebido a arma de fogo de volta e a jogado na mata. O réu teria ficado escondido no matagal até próximo da meia-noite, e o outro réu teria ido buscá-lo de carro e o levado até a rodoviária de Xanxerê para pegar um ônibus e voltar para o Litoral.