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Um homem que tentou matar a esposa a facadas, por ciúmes, foi julgado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Chapecó na última quarta-feira (30/11). O Conselho de Sentença acolheu a tese apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e condenou o réu por tentativa de homicídio quadruplamente qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele terá de cumprir 12 anos de reclusão, em regime inicial fechado. 

O Promotor de Justiça Alessandro Rodrigo Argenta, que representou o Ministério Público na sessão, ressalta que já foi interposto recurso para majorar a pena aplicada ao réu, pois acredita que foi desproporcional, levando em consideração as consequências geradas para a vítima. "O crime foi cometido com extrema brutalidade e covardia, ocasionando na vítima diversos cortes pelo corpo, sendo ela encaminhada para o hospital com uma das facas utilizadas no crime encravada na cabeça. A vítima sofreu sequelas permanentes, físicas e neurológicas", explica.

Entenda o caso 

Conforme a denúncia, no dia 28 de fevereiro deste ano, por volta das 11h, a vítima estava na casa da cunhada, no bairro Vila Rica, quando o réu, que era seu esposo, chegou. Então, motivado por ciúmes, ele tomou o celular da vítima e o danificou, arremessando-o no chão. Em seguida, disse à esposa que iria até a residência do casal, localizada nas proximidades, e jogaria fora os móveis e pertences da vítima.  

Então, ela disse ao condenado que também iria até a residência para evitar "barraco". No trajeto até a casa, o réu utilizou um isqueiro para novamente danificar o telefone da vítima. Na sequência, por volta das 11h30, já na residência e na presença dos filhos do casal, utilizando pelo menos duas facas e um facão, tentou matá-la, desferindo-lhe inúmeros golpes. Uma faca chegou a ficar cravada na cabeça dela.   

Em seguida, o irmão da vítima chegou ao local e imediatamente interveio em defesa da vítima, retirando o agressor de cima dela. Nesse momento, o condenado abandonou as armas e fugiu do local.   

Logo após, o SAMU realizou o atendimento da vítima ainda no local e prontamente a encaminhou ao Hospital Regional do Oeste (HRO) devido à gravidade dos diversos ferimentos e diante do iminente risco de morte.  

O condenado somente não logrou êxito em matar a esposa por circunstâncias alheias à sua vontade, especialmente pelo atendimento médico prestado ainda no local dos fatos pelo SAMU e logo depois no hospital evitaram a morte.  

Cabe recurso da sentença, mas ao réu foi negado o direito de recorrer em liberdade e ele segue preso preventivamente.