O menino de dois anos levado clandestinamente para São Paulo chegou no início da tarde desta segunda-feira (15/5) a São José, na Grande Florianópolis, onde sua família reside. A criança ficará acolhida em uma instituição até a análise das condições da estrutura psicossocial da família para a Justiça decidir se ele volta ou não para casa.

A transferência do menino aconteceu após manifestação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e do Juízo da Vara da Infância e Juventude de São José informando serem favoráveis ao procedimento. Na decisão de sexta-feira (12/5), o Juízo da Infância de São Paulo declinou da competência para o processo e julgamento do caso e determinou a remessa dos autos e a transferência da criança para sua cidade de origem.

O Governo do Estado disponibilizou uma aeronave e uma equipe especializada para o traslado da criança. A Juíza Ana Cristina Borba Alves, da Vara da Infância e Juventude da Comarca de São José, também providenciou o acompanhamento de uma Oficiala da Infância e da Juventude, com formação e habilidade para situações dessa natureza, para que a transferência ocorresse da melhor forma possível, de modo a preservar o bem-estar do menino.

A Promotora de Justiça Caroline Moreira Suzin, da Promotoria de Justiça responsável pelo acompanhamento do processo que trata especificamente do bem-estar da criança, já ingressou com uma ação na Comarca de São José requerendo a análise psicossocial da família do menino. A medida visa garantir a proteção e a estabilidade da criança. A Promotora de Justiça também atua para preservar a imagem e a privacidade do menino durante o acolhimento.

Criminal

Na esfera criminal,  a 1ª Promotoria de Justiça de São José se manifestou nos pedidos de busca e apreensão e agora aguarda a conclusão do inquérito policial para o devido encaminhamento processual.

Entenda o caso

A manifestação da Promotoria de Justiça que atua na área protetiva e do Juízo catarinenses ocorreu no âmbito do processo que tramita em São Paulo, após o Ministério Público de São Paulo (MPSP) protocolar, na quinta-feira (11/5), um pedido requerendo que a criança fosse transferida para São José.

Assim que a criança foi encontrada, a 4ª Promotoria de Justiça de São José ingressou com uma ação para a sua transferência a uma instituição na cidade de origem, ou seja, São José, na Grande Florianópolis. A Justiça catarinense, então, pediu informações ao Juízo paulista a fim de verificar se já havia alguma decisão naquele estado.

O Juízo do Foro Regional VIII de Tatuapé informou que, a pedido do MP paulista, já tinha determinado o acolhimento da criança em uma instituição paulista. Nesta quinta-feira, porém, o MP de São Paulo requereu nos autos do processo que a criança fosse transferida para a sua cidade de origem.

Após receber o requerimento do Ministério Público paulista, o Juízo do Foro Regional VII de Tatuapé oficiou à Vara da Infância e Juventude de São José solicitando informações sobre a eventual concordância da transferência e a forma pela qual se planejava o translado da criança.

A Juíza de Direito de São José, com a concordância da Promotoria de Justiça, prontamente respondeu informando que a comarca possuía vaga para a criança em uma instituição de acolhimento destinada à sua faixa etária e que o estado catarinense tinha disponibilidade de aeronave para o translado. Também informou que seria destacada uma Oficiala da Infância e Juventude para acompanhar o ato.

Diante das informações prestadas, a Justiça paulista determinou a remessa do processo e transferência da criança.

Rádio MPSC

Ouça a Promotora de Justiça Caroline Moreira Suzin.

Menino levado clandestinamente para São Paulo chega a Santa Catarina