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A toxicidade de agrotóxicos usados em larga escala nas lavouras brasileiras será exposta pela Dra. Mônica Lopes-Ferreira na Reunião Plenária do Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos (FCCIAT), no dia 21 de outubro, em Florianópolis, no auditório do Ministério Público de Santa Catarina. Lopes-Ferreira é imunologista há 30 anos e uma das principais pesquisadoras da Plataforma Zebrafish/CeTICS, de São Paulo, que recentemente trouxe ao conhecimento público a constatação científica de malformações e mortes de peixes zebrafish, cuja genética é 70% similares à dos seres humanos, em razão da exposição a agrotóxicos nos limites tolerados e até 30 vezes inferiores à regulação nacional.

A reunião plenária do FCCIAT terá início às 9h do dia 21 de outubro, com a abordagem de assuntos em evidência como a aprovação da lei que torna a Ilha de Santa Catarina como área livre do uso de agrotóxicos, a adoção do programa de agrobiodiversidade como uma das políticas públicas para estimular o cultivo de alimentos saudáveis e apoio às políticas destinadas à produção agrícola consciente e à tributação verde.

Ainda sobre os efeitos dos agrotóxicos e transgênicos na saúde humana, a cientista Sarah Agapito-Tenfen, que integra a equipe do laboratório do GenØk (Centro de Biossegurança), da Universidade Ártica da Noruega, irá proferir palestra tendo como tema central decisões proferidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) que tratam da novas tecnologias de modificação genética, incluindo a técnica conhecida como edição de genomas, considerando, a propósito, a Convenção da Diversidade Biológica, os artigos 10º e 11º do Protocolo de Cartagena e o artigo 1º da Lei de Biossegurança preveem a observância do Princípio da Precaução no ordenamento jurídico brasileiro.

No mesmo contexto, o médico Dr. Pablo Moritz, que é membro do CIATox/SC (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina), abordará os impactos dos agrotóxicos na saúde em face de novos estudos que comprovam a associação ao risco de cânceres: linfomas, leucemias, câncer de mama, próstata, sistema nervoso e digestivo, problemas neurológicos, prematuridade, Alzheimer, Parkinson, doenças autoimunes, alergias e resistência a antibióticos. 

A Reunião Plenária do FCCIAT é organizada pelo Centro de Apoio Operacional do Consumidor (CCO) e Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), com apoio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, do MPSC.

O encontro é aberto ao público e as inscrições podem ser feitas por intermédio do link.  

O FCCIAT foi criado em fevereiro de 2015, por iniciativa do MPSC em articulação com o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e dezenas de organizações públicas e da sociedade civil, com a finalidade de instituir um espaço de debate para formulação de propostas, discussão e fiscalização de políticas públicas relacionadas aos impactos dos agrotóxicos e transgênicos na saúde da população.