Uma parceria entre o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o Município de Criciúma e a Polícia Militar oportunizou nos últimos meses a realização de palestras sobre violência doméstica para alunos do oitavo e nono anos e da Educação de Jovens e Adultos na cidade do Sul do estado. Desde abril, cerca de 1.900 estudantes de 28 escolas da rede pública de ensino receberam a roda de conversa do programa "Meu Lar Protetivo", que busca conscientizar e orientar os estudante sobre o tema.
Na última terça-feira (28/11) foi realizado o último encontro do ano, na Escola Ludovico Coccolo, no Bairro São Luiz. "Nós estamos encerrando hoje este ciclo de visitas às escolas em que tivemos a oportunidade de apresentar a cada um desses alunos, inclusive com material impresso que foi disponibilizado, os meios de denúncia, as formas de apoio às vítimas e os indícios de violência doméstica a que eles podem estar atentos no seu ambiente doméstico e grupo de amigos e assim ajudar a evitar, prevenir e denunciar", aponta o Promotor de Justiça Samuel Dal Farra Naspolini, da 12ª Promotoria de Justiça de Criciúma.
Nos encontros, os estudantes têm a oportunidade de entender o que é violência, como as autoridades agem diante dos casos e como denunciar. "Foi uma palestra muito importante. Acredito que muitas pessoas aqui sabem o que é violência contra a mulher, mas muitas vezes um familiar ou parente nosso não sabe exatamente os tipos de violência nem o que fazer, e assim é importante a gente ampliar o conhecimento sobre isso. A escola é um meio muito legal para falarmos sobre isso, algo que não sabíamos que acontecia tanto na nossa cidade. Eu, por exemplo, sempre pensei que acontecia só em cidade maiores", relata o estudante Pedro Fagundes.
A escolha do público que recebeu as palestras diz respeito à idade, já que os jovens de 13 a 15 anos normalmente estão iniciando seus relacionamentos nessa fase. "Nesse momento os jovens são incríveis potencializadores do tema e estão iniciando seus relacionamentos muitas vezes, então é importante ter essas dicas e informações a respeito da violência contra a mulher para que eles possam identificar qualquer situação que presenciem ou venham a viver. Sendo potencializadores, eles também estão levando o que ouvem aqui para outras pessoas, levando informação às suas casas e à realidade de cada um", lembra a psicóloga do Centro de Referência de Assistência Social de Criciúma Maria Antônia Denski.