A força-tarefa composta por servidores e Policiais Militares da Casa Militar do MPSC percorreu mais de oito mil quilômetros transportando doações em apoio às vítimas das enchentes. Foram 14 comboios carregados de alimentos, água, medicamentos, itens de limpeza, roupas, fraldas, colchões, cobertores, artigos para animais domésticos e materiais para reconstrução das casas.
A equipe trabalhou em conjunto com a Defesa Civil de Santa Catarina, oferecendo uma linha de transporte segura para doações encaminhadas por diversas partes do estado e do país. Foram carregadas cerca de 50 toneladas de mantimentos para as cidades de Porto Alegre, São Leopoldo, Canoas, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Garibaldi, Gravataí e Igrejinha. Estima-se que entre 30 e 40 mil pessoas tenham sido impactadas, direta ou indiretamente, pelas ações do Ministério Público catarinense.
Criada a pedido do Procurador-Geral de Justiça, Fábio de Souza Trajano, a força-tarefa contou com dois grupos de revezamento divididos nas funções de carregamento, transporte, segurança e logística. Os comboios tinham uma frota de dois caminhões, um furgão de carga, duas caminhonetes de apoio e uma viatura da Polícia Militar. Buscando a autossuficiência, os integrantes foram preparados para dormir nos veículos caso necessário e carregavam combustível para o abastecimento.
Para potencializar as ações de suporte às vítimas das enchentes, o MPSC e a Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP) promoveram uma campanha de arrecadação de roupas íntimas (calcinhas, sutiãs, cuecas e meias), absorventes íntimos e fraldas infantis e geriátricas, que foram encaminhadas, por intermédio da força-tarefa, ao Rio Grande do Sul.
Em outra frente de atuação, integrantes da Coordenadoria de Inteligência e Segurança Institucional (CISI) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) do Ministério Público catarinense chegaram ao Rio Grande do Sul no dia 10 de maio. Eles prestaram apoio aos Promotores de Justiça gaúchos durante as ações de segurança e fiscalização dos abrigos destinados às vítimas dos eventos climáticos.
O Grupo Especial de Defesa dos Direitos Relacionados a Desastres Socioambientais e Mudanças Climáticas (GEDCLIMA) também atuou no tema. No dia 6 de maio, em uma reunião com representantes de diversas instituições que compõem o grupo, foram estabelecidas três contas seguras para depósito em dinheiro a título de ajuda humanitária ao Rio Grande do Sul. A ação foi necessária devido a indícios de golpes relacionados a contas falsas que circulavam nas redes sociais.
Para garantir que o dinheiro das doações fosse efetivamente empregado no auxílio às pessoas afetadas pela catástrofe climática, cidadãos interessados em contribuir com recursos financeiros puderam doar em segurança.
A criação do GEDCLIMA foi um dos frutos de um termo de cooperação assinado pelo MP catarinense com o MP do Rio Grande do Sul em novembro de 2023. As duas instituições uniram-se para definir estratégias e ações de enfrentamento e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas que vêm causando desastres cada vez mais frequentes na região Sul do país.
Outra iniciativa foi relacionada à comunicação. Para evitar a propagação de notícias falsas a respeito da situação no Rio Grande do Sul, principalmente nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, as unidades do Ministério Público brasileiro se uniram para uma campanha de combate às fake news.
A campanha foi desenvolvida pelo Ministério Público catarinense com o apoio dos demais MPs do Brasil e teve como objetivo conscientizar a população sobre a importância de verificar as informações antes de passá-las adiante. Os conteúdos foram divulgados nas redes sociais das instituições desde o início de maio.