A internet tornou-se um terreno fértil para a prática de crimes, e muita gente acaba caindo em armadilhas tramadas minuciosamente. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) está atento a isso e utiliza todos os instrumentos legais para buscar a punição dos autores e dar amparo às vítimas. Recentemente, a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Joaquim denunciou quatro homens e uma mulher pelo envolvimento em um suposto esquema que induzia pessoas a compartilharem fotos íntimas para depois chantageá-las.
De acordo com a denúncia, os réus atuariam no Rio Grande do Sul, utilizando perfis falsos nas redes sociais para atrair as vítimas. Nesse contexto, eles teriam obtido R$ 1,4 mil de um joaquinense, cujo relato desencadeou as investigações. O MPSC cita as práticas de extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa, atribuindo diferentes funções aos integrantes.
Segundo consta nos autos, o líder da quadrilha estava preso na Penitenciária de Charqueadas, mas teria acesso a aparelhos celulares e contaria com a ajuda da mãe, do irmão mais novo e de outros dois homens para criar perfis falsos na internet visando estabelecer um diálogo com as vítimas e posteriormente extorqui-las mediante ameaça.
Modus operandi
O objetivo da organização criminosa seria ludibriar os internautas a acreditarem que estavam falando com uma mulher interessada em se relacionar. De acordo com a denúncia, as conversas se iniciavam em tom amigável, mas logo assumiam um caráter sexual, com as vítimas recebendo imagens de uma jovem nua e, então, sendo persuadidas a enviar as próprias fotos íntimas - momento decisivo para a consolidação do golpe.
Ainda segundo a denúncia, na sequência, os integrantes da organização criminosa faziam um novo contato, já se passando por pais da jovem, informavam que a falsa filha era adolescente e ameaçavam abrir um processo por estupro contra vulnerável por conta das fotos enviadas a ela se uma quantia em dinheiro não fosse depositada. A possibilidade de um mandado de prisão também era usada como argumento.
Temendo as consequências, o morador de São Joaquim teria depositado R$ 1,4 mil em uma conta bancária em 11 de dezembro de 2021. O valor teria sido redistribuído entre os membros da organização criminosa, caracterizando lavagem de dinheiro. Menos de um mês depois, a vítima teria recebido novas mensagens dos mesmos números, decidindo então procurar os órgãos competentes para relatar os fatos, e acabou descobrindo que havia caído em um golpe.