Balões coloridos com significados especiais e um ambiente descontraído, mas para falar de um assunto sério. As palestras sobre o Maio Laranja do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) quebraram a rotina de duas escolas da região. O bate-papo com a Promotora de Justiça da Comarca começou na terça-feira (16/05), em uma escola de Rio do Oeste e terminou hoje (18/05), numa escola estadual de Laurentino, no Dia do Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Foi um momento de interação entre os 210 alunos que lotaram o auditório da Escola Estadual Básica Mário Nardelli, em Rio do Oeste na terça-feira (16/05), para ouvir a Promotora de Justiça Lanna Gabriela Bruning Simoni que desenvolveu uma dinâmica especial no ambiente escolar, para falar de um assunto que as crianças e adolescentes estão expostos, a violência sexual tanto física, como virtual.
Os balões amarelos eram sinais para os alunos escreverem os sentimentos, se fossem vítimas de bullying. Já os balões laranja, serviram para sinalizar o momento da dinâmica da palestra para eles escreverem como poderiam ajudar a denúncia o agressor de uma vítima de abuso sexual.
A atenção dos 200 alunos da Escola Estadual Básica Tereza Cristina, de Laurentino, também se voltou ao tema. Eles lotaram o ginásio da unidade escolar para a palestra com a Promotora de Justiça, nesta quinta-feira (18/05), dia de reflexão sobre como combater a violência sexual infanto-juvenil.
A campanha do MPSC "Nenhuma Criança Pode Ser Explorada" aposta na informação e na educação como meios de prevenir os casos de abuso sexual entre crianças e adolescentes. Os Promotores de Justiça são os propagadores, junto com as escolas, de alertar o público-alvo sobre a questão.
Dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos apontam que nos quatro primeiros meses do ano, houve quase 400 mil violações de direitos contra crianças e adolescentes no Brasil. A violação sexual chegou ao número de 17,5 mil, registrado pelo Disque 100. O crescimento é de quase 70% em relação ao mesmo período de 2022.
"Os dados alarmantes sobre aumento da violência infantil, sobretudo da violência sexual, precisam de um combate ferrenho a essa chaga social. Nesse cenário, tem se observado que as crianças e os adolescentes, enquanto sejam estruturalmente dependentes das ações da família e das instituições da rede de atendimento e enfrentamento ao abuso, devem ter conhecimento acerca da garantia de seus direitos para procurar proteção. O Ministério Público, em conjunto com os demais agentes sociais, busca, nesse ciclo de palestras, esclarecer as formas de abuso sexual e psicológico, orientando aos infantes às formas de combatê-lo e denunciá-lo", completa a Promotora de Justiça.
Para a diretora da Escola Estadual Básica Tereza Cristina, as palestras do Maio Laranja completam um trabalho que já vem sendo desenvolvido entre os alunos. "Precisamos cuidar das nossas crianças, a qualquer custo prevenir a violência sexual e o bullying, em nossas escolas, em nossas famílias e em nossa comunidade", afirma a Diretora Zuleide Andreia Frenna da Costa.
Foto: Palestra e dinâmica na Escola Estadual Básica Tereza Cristina em Laurentino