Em Lages, o Promotor de Justiça Giancarlo Rosa Oliveira, da Promotoria da Infância e Juventude da comarca, participou do encontro de quinta-feira (1º/6). Ele ressalta que, diante da necessidade de aprofundamento de um debate técnico frente ao fenômeno da violência no ambiente escolar, a iniciativa do Comseg Escolar de regionalizar as audiências públicas para discussão da temática revelou-se um espaço rico de articulação transversal das percepções dos atores envolvidos.
"Possibilitou que a análise da situação transcendesse as avaliações meramente baseadas em critérios de segurança pública e privada para alertar as autoridades envolvidas quanto à imprescindibilidade de uma visão autocrítica a respeito das condições estruturais e humanas do ambiente escolar", complementou.
Houve também um resgate a respeito da condição da criança e do adolescente no ambiente da escola, diante de seu protagonismo reconhecido pelo sistema jurídico vigente como espaço de pertencimento, de convívio social e de formação de direitos humanos. "A contextualização de boas práticas levadas a efeito frente a situações de prevenção de violência em região norte-americana possibilitou a avaliação desse caminho, levando em consideração nossas peculiaridades culturais¿, enfatizou Oliveira.
Em Joinville, o Promotor de Justiça Marcelo Mengarda, da 17ª Promotoria de Justiça, representou o MPSC na audiência pública que ocorreu no fim de maio. Ele destacou a importância da participação das famílias, da sociedade e da própria imprensa no trato das questões de violência.
"A violência não se limita à agressão física; existe a violência psicológica, que precisam de um acompanhamento adequado, e isso, no ambiente escolar, só se dá com a efetiva participação de toda a engrenagem que cuida da questão da infância e juventude", disse.
A Promotora de Justiça Débora Pereira Nicolazzi, da 17ª Promotoria de Justiça de Blumenau, participou do encontro realizado no município em maio. Ela relata que, num primeiro momento, diante da necessidade de uma resposta imediata, foram discutidas estratégias como estrutura física, policiamento na escola, seguranças privadas, orientação e educação para uso da internet. Porém, agora deve-se levar em conta outras soluções voltadas ao fortalecimento das políticas públicas do Sistema Único de Assistência Social e da área da saúde, como meios preventivos.
"Devem ser pensadas nas discussões escolares, a capacitação de professores e atenção da saúde mental deles, assim como a presença da equipe de psicólogos e assistentes sociais nas escolas, para que os primeiros sinais de comportamentos agressivos sejam observados e atendidos. É igualmente importante a formação de comitês municipais, que ficam atentos às nossas demandas locais", avaliou a Promotora de Justiça.
Nicolazzi rassaltou, ainda, que o objetivo das audiências públicas é avançar nas discussões, chamando a atenção e o foco para os alunos, as famílias e o envolvimento da comunidade escolar como forma de prevenção e aprimoramento das políticas públicas do atendimento na área da saúde e assistência social, sem prejuízo das políticas de repreensão e combate à criminalidade.