Eduardo Paladino, Júlio César Mafra e Maury Roberto Viviani tomam posse como Procuradores de Justiça do MPSC
Solenidade ocorreu de forma presencial e virtual na tarde desta sexta-feira (1º/12)
Em uma solenidade na tarde desta sexta-feira (1º/12), Eduardo Paladino, Maury Roberto Viviani e Júlio César Mafra tomaram posse no cargo de Procurador de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A cerimônia que oficializou a promoção dos mais novos integrantes do Colégio dos Procuradores do MPSC foi presidida pelo Procurador-Geral de Justiça da instituição, Fábio de Souza Trajano.
A Secretária do Colégio de Procuradores de Justiça, Procuradora de Justiça Thais Cristina Scheffer, fez a leitura do termo de posse e a tomada do compromisso dos empossados. Na sequência, o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Procurador de Justiça Durval da Silva Amorim, em nome do Colégio de Procuradores, deu as boas-vindas aos empossados, destacando a carreira e as virtudes dos novos colegas.
"É verdadeiro escrever o sentimento de felicidade por aqui estarem após essa caminhada, que, embora registrada em poucas palavras, certamente está presente em vossas lembranças, nos desafios e dificuldades enfrentados, mas especialmente na satisfação das entregas que a carreira possibilita a cada um construir e realizar", resumiu.
Amorim ressaltou que, ao integrarem o colegiado, os novos Procuradores de Justiça "contribuirão na solução das mais diversas questões que demandam discussão institucional, no fortalecimento e na construção de novas teses, na integração com o primeiro grau, em busca de celeridade na prestação jurisdicional, e no redimensionamento das atividades do Ministério Público, redefinindo-se nova interpretação de atuação genuinamente social, de garantia constitucional republicana, a permitir a afirmação de um Ministério Público como verdadeiro guardião do direito".
Por fim, o Subprocurador-Geral de Justiça desejou que os sonhos e objetivos dos empossados se concretizem, com inspiração no desenvolvimento das atribuições e das tarefas do novo cargo, e que continuem a engrandecer o Ministério Público de Santa Catarina. "Sempre lembrando que os cargos de Promotor e de Procurador têm, em seu final, a palavra Justiça. É o que impõe a todos os membros do Ministério Público o compromisso de sempre fazer justiça, sempre a trabalho do que efetivamente venha a ser o justo", finalizou.
Após receberem as boas-vindas, os empossados fizeram uso da palavra.
O primeiro a falar foi Maury Roberto Viviani, que rememorou sua trajetória no Ministério Público e falou sobre os desafios da instituição frente ao atual panorama social, político e jurídico brasileiro. "Vislumbra-se um cenário que tem causado sensíveis preocupações e até mesmo perplexidades. Refiro-me aos reflexos da insensatez que têm causado tensões e divisões na sociedade, além de violações a indivíduos, instituições e ao próprio ordenamento constitucional. O momento é de gravidade e se configura como especial desafio a todos, especialmente ao Ministério Público", asseverou.
Para Viviani, no contexto atual, permeado pelo individualismo e pelo culto do imediatismo irrefletido, próprio da superficialidade das ideias, parece que muitos não compreendem o verdadeiro sentido do serviço público. "Quando os valores tradicionais são relegados e até destruídos por aventuras inconsequentes, sem que sejam substituídos por outros mais adequados, surgem os sintomas de uma sociedade adoecida. Quando os fundamentos e o sentido da vida em comum se enfraquecem, fica favorecido o império do individualismo, do domínio da lei do mais forte e do exercício desmedido dos poderes econômico e político", acrescentou.
"Mas esses obstáculos apenas forjam a força moral do Ministério Público. Afinal, é da nossa tradição histórica, legada pelo exemplo dos valorosos colegas que nos antecederam, o dever de contribuir e bem servir ao público", completou Viviani.
Em seguida, foi a vez de Eduardo Paladino fazer uso da palavra. "É com grande alegria que alcançamos, no dia de hoje, eu, minha família e todos aqueles que participaram dessa longa e gratificante caminhada, o mais alto grau da carreira do Ministério Público, aqui chegando com o mesmo vigor e comprometimento de quando prestei o primeiro juramento de bem exercer minhas funções, promessa agora renovada, com o compromisso de continuar atuando no estrito cumprimento das leis e em favor da sociedade, daqueles a quem a Constituição nos outorgou a nobre missão de promover a firme defesa dos seus direitos e interesses", disse.
Paladino relembrou as comarcas nas quais trabalhou. Segundo ele, sua passagem mais marcante foi na da área do consumidor, por mais de 10 anos, nos quais o Ministério Público sempre atuou na defesa da melhoria da qualidade de vida dos consumidores e da necessária harmonização das relações de consumo estabelecidas no cotidiano da sociedade.
Destacou, ainda, o período no qual esteve à frente do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do MPSC, função que exerceu por quatro anos, até o último mês de abril. "Me oportunizou pôr em prática importantes iniciativas institucionais em prol da coletividade consumidora, com destaque para o projeto de criação e fortalecimento dos Procons municipais, pelo qual viajamos por todo o estado e logramos sensibilizar muitos prefeitos e vereadores quanto à importância da criação de uma estrutura mínima de atendimento aos consumidores locais, trazendo-lhes cidadania e dando luz ao preceito constitucional que define a defesa do consumidor como direito e garantia fundamental", avaliou.
Na sequência, Júlio César Mafra, explicou o que o levou à carreira ministerial. "Tive grande interesse em ingressar no Ministério Público em vista do encargo que a Constituição Cidadã, hoje com 35 anos, deu a esta instituição: em suma, defender a República, o Estado Democrático de Direito e construir uma sociedade livre, justa e solidária", contou.
Lembrou, ainda, de seu trabalho na área da infância e juventude e da importância da educação básica no desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade. "É onde se dá a alfabetização da criança, onde ela aprende ler, a escrever e ainda, o mais importante, onde ela desenvolve o pensamento crítico, além do raciocínio abstrato. Sem isso teremos analfabetos funcionais, que são aquelas pessoas que sabem ler e escrever, são formadas, mas não conseguem compreender o que estão lendo, além de não conseguirem resolver operações matemáticas um pouco mais complexas", completou.
Destacou, ainda, o trabalho na 15ª Promotoria de Justiça da Capital em relação aos atos infracionais. "Combatemos implacavelmente o tráfico de drogas, que é comandado pelas facções e que se utiliza de crianças e adolescentes para esse comércio. Por outro lado, enfrentamos, com o apoio do CyberGAECO, eventuais tentativas de ataque às escolas, atuando preventivamente e responsabilizando os envolvidos", disse.
O Procurador-Geral de Justiça, Fábio de Souza Trajano, finalizou a solenidade destacando as virtudes dos novos Procuradores de Justiça e fazendo referência à carreira de cada um deles. "Esse dia nos faz rememorar a história de cada um de nós, quando fizemos a escolha de seremos Promotores de Justiça e entramos na Escola do Ministério Público. Vocês hoje chegam aqui hoje com força, rigor e muita vontade de fazer a diferença na vida das pessoas, de fortalecer o nosso MPSC, acordar todos os dias para contribuir com a construção de uma sociedade justa e igualitária", destacou Trajano.
O Procurador-Geral de Justiça ainda homenageou Nery José Pedro, o "Seu Nery", servidor mais antigo do MPSC, que ingressou na instituição em 1966 e aposentou-se em outubro de 2013 de forma compulsória porque tinha mais de 70 anos de idade, mas seguiu trabalhando voluntariamente por seis anos e faleceu aos 80 anos, na semana passada.
O cargo de Procurador de Justiça
Os Procuradores de Justiça se manifestam em todos os processos em grau de recurso, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, desde que propostos inicialmente pelo Promotor de Justiça ou envolvam interesse público. Opinam quando a decisão do Juiz é questionada pelo acusado ou pelo próprio MP e atuam, ainda, quando o Ministério Público não concorda com uma decisão do Tribunal de Justiça e recorre ao próprio Tribunal de Justiça ou aos tribunais de jurisdição superior: Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), ambos sediados em Brasília.
Existem Procuradorias de Justiça em duas grandes áreas: cível e criminal. Cada Procuradoria de Justiça é coordenada por um Procurador de Justiça.