Uma filmagem feita por um morador de Capinzal desencadeou uma ação penal do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) que levou um homem à condenação. O vídeo flagrou ele praticando atos de zoofilia com um cachorro em 25 de fevereiro do ano passado. As imagens foram compartilhadas nas redes sociais e revoltaram a população. Policiais Militares dirigiram-se a casa e efetuaram a prisão em flagrante. Os vizinhos relataram que, além de maltratar animais, o homem abusava sexualmente das três sobrinhas crianças, dando um novo direcionamento ao caso.
As meninas confirmaram a veracidade dos fatos a uma Psicóloga na escuta especializada. Elas descreveram os abusos com detalhes e disseram que não aguentavam mais viver naquela situação, mas que eram ameaçadas até de morte caso contassem o que sofriam.
Porém, meses depois, as vítimas apresentaram novas versões em juízo na tentativa de inocentar o tio, para que ele fosse libertado do presídio. As autoridades constataram facilmente que a mudança nos depoimentos havia sido previamente orientada pelas mães e pela avó, e o processo seguiu o curso normal.
Agora o homem foi condenado a 76 anos de prisão por três crimes de estupro de vulnerável e por abuso e maus-tratos a animal doméstico. A relação parental com as vítimas pesou no cálculo da pena, conforme prevê o Código Penal brasileiro. Ele não poderá recorrer em liberdade.
O Promotor de Justiça Douglas Dellazari diz que a sentença traz uma resposta positiva para a sociedade. "Durante muito tempo, infelizmente, as três crianças foram submetidas a uma situação hostil e aviltante. O acusado, prevalecendo-se das relações domésticas e de hospitalidade nos momentos em que as sobrinhas frequentavam a sua residência, perpetrou os atos de extrema reprovabilidade contra elas. Nada apaga o trauma, mas a condenação em crimes dessa natureza demonstra que o Ministério Público não admite qualquer exploração sexual de vulneráveis e continuará trabalhando para responsabilizar os covardes agressores".
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As investigações relevaram que o réu, hoje com 38 anos, morava com a mãe e abusou das sobrinhas por pelo menos três anos, submetendo-as a diversos atos libidinosos para satisfazer a própria lascívia. Os fatos ocorreram durante visitas familiares rotineiras. As três vítimas têm menos de 14 anos e são consideradas vulneráveis. Duas delas encontram-se em situação de acolhimento.
Segundo consta nos autos, o homem também costumava abusar e maltratar os cachorros, praticando atos de zoofilia e deixando-os passar fome. Todos os animais encontrados na casa foram encaminhados para locais seguros.