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Em um evento de comemoração dos 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, na tarde desta segunda-feira (14/07), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação (CIJE), Promotor de Justiça Mateus Minuzzi Freire da Fontoura Gomes, destacou a importância da articulação integrada entre diferentes órgãos públicos para conter a infrequência e a evasão escolar na educação básica. Minuzzi e a equipe do CIJE apresentaram as ações realizadas pelo novo sistema do Programa APOIA, que tem a proposta de interagir com a sociedade por meio da rede de proteção, fortalecendo o combate à evasão escolar em Santa Catarina. 

O evento foi promovido pela Associação Catarinense de Conselheiros Tutelares (ACCT) - Regional da Grande Florianópolis e contou com a participação de cerca de 300 conselheiros tutelares, além de servidores da educação de diversos municípios catarinenses, no Auditório Deputada Antonieta de Barros. Na mesa de diálogo proposta pelo evento, o MPSC ressaltou a atuação coletiva na rede intersetorial e um olhar integrado, com o objetivo de alcançar resultados concretos para a efetivação do direito à educação de crianças e adolescentes. Além do Coordenador do CIJE, participaram da apresentação a analista em Serviço Social, Ana Soraia Haddad Biasi, e o auxiliar do MPSC, Bruno André Blume, ambos integrantes do CIJE. 

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''Estamos aqui para celebrar os 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente e, dentro desse marco tão significativo, abordar um tema central: o direito à educação. É nesse contexto que apresentamos o novo sistema APOIA, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e os Conselhos Tutelares, com o objetivo de garantir a permanência dos alunos na escola. Qual é a grande novidade e a grande diferença? É um trabalho entre todos os setores: saúde, educação, assistência social, Conselho Tutelar e Ministério Público'', ressaltou, apontando que o novo APOIA foi estruturado para promover uma atuação coordenada e preventiva da rede de proteção. 

Em sua apresentação, Minuzzi explicou a base jurídica e abordou a infrequência e a evasão escolar na educação básica, destacando a importância da atuação articulada entre diferentes agentes públicos. Conforme o Coordenador do CIJE, a base legal do Programa APOIA está fundamentada na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Código Civil e em legislações educacionais, que atribuem responsabilidades à família, à escola, ao Conselho Tutelar e ao Estado para garantir o direito à educação para crianças e adolescentes.  



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O novo sistema APOIA apresenta uma interface mais moderna e intuitiva, com foco na informatização do acompanhamento de estudantes em risco de evasão. A escola deve comunicar ao Conselho Tutelar casos de faltas injustificadas e evasão escolar após esgotar os recursos internos. O Conselho, por sua vez, tem o dever de aplicar medidas de proteção, requisitar serviços públicos e, se necessário, encaminhar o caso ao Ministério Público. Quando as medidas não surtem efeito, o MP pode arquivar ou judicializar o caso - a legislação prevê penalidades para o descumprimento dos deveres familiares. 

O Coordenador do CIJE também destacou a importância da atuação preventiva, com o envolvimento de serviços como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI). A equipe do CIJE também abordou questões como os principais marcos da história do APOIA, o papel das escolas no sistema de garantias de direitos, a busca ativa na assistência social, na saúde e na educação, e a importância da intersetorialidade. 

Alerta e acompanhamento 

A nova versão do sistema on-line APOIA informatizou o acompanhamento de estudantes da educação básica em risco de evasão escolar. Após 11 anos de uso, a equipe responsável modernizou o design, tornou a navegação mais intuitiva e atualizou o registro de dados. Ele deverá ser disponibilizado a partir de agosto. 

O sistema permite que o Ministério Público contrarreferencie o acompanhamento ao Conselho Tutelar, para que este realize novas diligências ou acompanhe o caso, se uma ação tenha sido ajuizada. A nova versão também deu mais destaque à funcionalidade de busca ativa. O Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação do Ministério Público coordenou a iniciativa, desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, o CIASC, os Conselhos Tutelares, as escolas públicas, Promotores de Justiça e Assistentes de Promotorias.