A Deputada Estadual Luciane Carminatti realizou a abertura do painel e falou sobre a importância de promover este seminário. "A gente precisa ser bastante estratégico, criativo e pensar em ações contínuas", destacou Carminatti, que também é Procuradora da Mulher da Alesc e uma das lideranças responsáveis por implementar o observatório catarinense.
A Perita-Geral da Polícia Científica do Estado, Andressa Boer Fronza, destacou a importância de ter uma perícia forte para atuar no combate à impunidade, além de buscar a garantia da justiça. "Trabalhamos na busca pela verdade aplicando a ciência para que, no fim do processo, a gente consiga entregar justiça e cidadania através das respostas", afirmou.
A Delegada Patrícia Zimmermann D'Ávila ressaltou as formas de trabalho da Polícia Civil e a necessidade de proteger grupos sociais vulneráveis, como as crianças, os adolescentes, as mulheres e os idosos. "Para nós, além de trabalhar com os dados estatísticos, temos também o cuidado na investigação de qualidade. Precisamos de delegacias abertas 24 horas, mas não adianta termos o registro de ocorrência se o inquérito policial ficar parado, a investigação não andar e o agressor não puder ser condenado", explicou.
O Tenente-coronel da PMSC Frederick Rambusch apresentou exemplos e explicou quais são os principais objetivos do "Protocolo Alpha", programa idealizado pela Polícia Militar do Estado que tem como propósito buscar soluções integradas que promovem a segurança e o desenvolvimento sustentável em Santa Catarina. "Antes de falarmos de dados, precisamos falar da pessoa que é acometida à violência doméstica e à violência letal. A gente quer falar de dados, mas precisamos falar das pessoas que são afetadas por esses dados", disse.
Já a integrante do Instituto de Estudos de Gênero da UFSC, professora Teresa Kleba Lisboa, ressaltou, a partir da apresentação de um relatório, a importância de políticas públicas voltadas diretamente para a proteção e a segurança das mulheres no estado. "Para definir as políticas públicas para as mulheres, é necessário engajamento da sociedade civil. Justificamos a prioridade de uma política pública com a apresentação de dados, que precisam ser explícitos, chamar a atenção e nos chocar. Além de publicar os dados, é muito importante denunciarmos. Esse também é um dos papéis do observatório", concluiu.
O evento
O Seminário Internacional de Observatórios de Violência contra a Mulher reúne especialistas para discutir as atividades de Observatórios de Violência contra a Mulher em três países: Brasil, Argentina e Uruguai. O evento acontece entre os dias 6 e 7 de agosto na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
O seminário tem como objetivo promover a troca de experiências entre observatórios da violência contra a mulher. São compartilhadas práticas e estratégias voltadas ao aperfeiçoamento das ações dessas organizações, com o propósito de fortalecer o enfrentamento à violência de gênero em diferentes contextos.
A programação conta com mesas de debate, painéis e oficinas, reunindo autoridades, especialistas, representantes de observatórios nacionais e internacionais, além de lideranças acadêmicas e políticas comprometidas com a causa. O evento é gratuito e aberto ao público.