No dia 27 de novembro de 2022, integrantes de uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas mataram um adolescente de 16 anos a tiros, próximo à UPA de Videira, por acreditarem que ele pertencia a uma facção rival. Mais de dois anos depois, três homens foram julgados pelo crime com base em uma ação penal ajuizada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). 

A sessão do Tribunal do Júri aconteceu na última sexta-feira (28), no fórum da comarca, e foi aberta ao público. Um promotor de Justiça apresentou os detalhes da denúncia e pediu a condenação dos réus por homicídio qualificado pelo motivo torpe (guerra entre facções), pelo meio cruel (oito tiros) e pelo emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima (traição). 

O representante do MPSC também pediu que os réus fossem condenados por integrarem uma organização criminosa que usa armas de fogo e alicia crianças e adolescentes, "com divisão de tarefas e com o objetivo de obter vantagens ilícitas, mediante a prática de delitos diversos, dentre eles tráfico de drogas e associação ao tráfico". 

Os jurados ouviram atentamente os depoimentos das testemunhas, os interrogatórios e os debates entre a acusação e a defesa, e acataram a tese do MPSC. A Justiça fixou as penas, respectivamente, em 27, 24 e 19 anos de reclusão, em regime inicial fechado. Os réus foram reconduzidos ao presídio assim que o julgamento terminou. O promotor de Justiça que atuou no caso afirmou que a sentença é mais uma vitória contra a impunidade.