Última palestra do Encontro Catarinense de Justiça Restaurativa discute comunicação não violenta e construção de consenso
Palestra foi apresentada pelos especialistas em Justiça Restaurativa Lucas Jerônimo Ribeiro da Silva e Iara Klock Campos.
"Falar de Justiça Restaurativa é construir coletivamente novas perguntas e respostas para problemas que sempre existiram". Foi assim que Lucas Jerônimo Ribeiro da Silva iniciou sua palestra no 2° Encontro Catarinense de Justiça Restaurativa. O evento aconteceu nesta quarta-feira (22/11) na sede do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em Florianópolis. Lucas participou da quarta mesa do encontro e debateu, com a Promotora de Justiça Iara Klock Campos, sobre comunicação não violenta e construção de consenso.
Lucas Jerônimo abordou o papel da comunicação sobre os efeitos da violência no mundo e citou a Justiça Restaurativa como uma maneira de enxergar a realidade por outras lentes. "Pensar em comunicação não violenta não é apenas um tom de voz; é uma posição no mundo, é tentar um pacto de coexistência em uma sociedade que está em crise", disse.
Para o palestrante, o caminho está em canalizar as energias de forma articulada para funções restaurativas. "Podemos tornar o conflito um catalisador de mudança e estamos permitindo isso por meio da Justiça Restaurativa, da conciliação, da facilitação de diálogos, círculos de construção de paz, negociação colaborativa e mediações", afirmou.
Iara Klock Campos, Promotora de Justiça do MPSC, encerrou a palestra e abordou questões relativas à utilização da comunicação não violenta (CNV) em casos práticos. "A CNV permite que apresentemos uma melhor versão de nós mesmos a partir da possibilidade de expressarmos nossos sentimentos em um espaço seguro e protegido de fala e escuta". A Promotora de Justiça compartilhou histórias de audiências de conciliação em que ela utilizou a técnica de CNV e obteve resultados positivos entre as partes envolvidas.
O mediador da mesa, Promotor de Justiça João Luiz de Carvalho Botega, finalizou: "Precisamos entender que a Justiça Restaurativa não é algo extraordinário; é muito mais eficaz e responsabilizador do que o sistema tradicional de Justiça penal ou de atuação extrajudicial, que, se não for implementado na prática, de nada vai servir".
Doutor em Direito pela UFMG. Mestre em Direito com especialidade em Justiça Restaurativa e Mapeamento de Conflitos (UFMG/Universidad de Buenos Aires). Graduado em Direito (UFMG - 2014) com formação complementar em Psicologia Escolar e Psicologia Social pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - FAFICH/UFMG. É cofundador do Instituto Pazes, empresa voltada a treinamentos e atendimentos em processos restaurativos e transformativos.
Pós-graduada em Direito Penal e Processual Penal pela UNIVALI e em Transformação de Conflitos, Estudos de Paz com Ênfase no Equilíbrio Emocional pelo Instituto Paz e Mente. Realizou cursos de Comunicação Não Violenta e de Justiça Restaurativa. Facilitadora em Justiça Restaurativa. Atualmente é Promotora de Justiça no MPSC, na Comarca de Meleiro.