Santa Catarina vem registrando queda no número de ocorrências de violência doméstica. Segundo informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina (SSP/SC), em janeiro de 2020, foram registradas mais de 6,5 mil ocorrências; já em março, quase 5,7 mil, representando diminuição de 13,45%. No mês seguinte, a queda foi mais expressiva. Até dia 22 de abril, o estado havia contabilizado menos da metade do que foi registrado no início do ano: foram quase 2,9 mil ocorrências, uma diminuição de 56,43%.
Embora não seja possível afirmar com precisão o quanto a queda se deve, de fato, à subnotificação, condição que a pandemia da covid-19 pode ter acentuado, o Coordenador do CCR faz um alerta. Para ele, é preciso um juízo crítico e cuidado com relação aos números oficiais, tendo em vista que a diminuição nos registros no período de pandemia não corresponde à realidade vivenciada pelas mulheres.
"O que se tem observado nas informações colhidas junto aos Promotores de Justiça que atuam no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, notadamente dos colegas que integram o GEVIM, é que há, na verdade, um incremento da violência doméstica e familiar no período de quarentena, embora esse avanço não esteja sendo captado pelos boletins de ocorrência e pelos relatórios do Disque 180 e 190", afirma Jádel.
Daí a importância de mobilizar toda a população - vítimas, familiares, vizinhos - a denunciarem os casos de violência por meio de estratégias e canais colocados à disposição de todos, comenta o Coordenador do CCR. Um exemplo é o aplicativo lançado no final do ano passado, o PMSC Cidadão, canal rápido de denúncias fruto de uma parceria entre o MP catarinense e a Polícia Militar. "O aplicativo, além de ampliar o acesso à Central de Emergência 190, por meio de textos, fotos, vídeos e áudios, permite um atendimento mais célere e eficaz às mulheres vítimas de violência doméstica, com acesso a serviços e programas implementados pela PMSC, como, por exemplo, o Programa Rede Catarina de Proteção à Mulher", explica Jádel.
Além disso, nos casos em que a vítima possui medida protetiva de urgência deferida judicialmente, o aplicativo oferece um botão de pânico. Por meio dele, a mulher que estiver em situações de grave ameaça poderá acionar a Polícia Militar, com absoluta prioridade, gerando alerta imediato à Central de Emergência Policial mais próxima, com a localização exata e em tempo real da vítima. Para utilizar a ferramenta, basta fazer o download do aplicativo, disponível gratuitamente para Android e IOS, e realizar um cadastro com informações pessoais.