Reflexão com adolescentes
Ao longo dos encontros, os jovens tiveram a oportunidade de debater temas como respeito, sinais de relacionamentos abusivos, violência doméstica e os canais de apoio e denúncia. Em cada escola, o envolvimento dos alunos foi evidente, com perguntas, relatos e reflexões que mostraram a relevância de levar o tema para a sala de aula.
"Sem palavras para descrever o que aprendemos hoje aqui. Só temos a agradecer, porque lá na frente conseguiremos identificar se estivermos em um relacionamento abusivo ou se percebermos alguém conhecido que esteja passando por algo do gênero", disse a estudante Letícia Gabrieli da Roch, do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Básica Professor João Vendrami, na localidade de Barra da Prata, a cerca de 50 quilômetros do Centro de Vitor Meireles.
Além dessa, outras escolas foram beneficiadas pela iniciativa: a Escola Estadual Victor Meirelles, na área central da cidade; a Escola Estadual Lindo Sardagna, em Dona Emma; a EEB Professor Semiramis Bosco, em Witmarsum; e a Escola Municipal de Educação Básica Tancredo Neves, na cidade de Presidente Getúlio.
Papel dos professores como multiplicadores
Os encontros também impactaram professores e gestores escolares, que agora atuarão como multiplicadores da mensagem. A partir das palestras, as equipes pedagógicas mapearão outras escolas interessadas em receber o projeto, garantindo que o debate continue e alcance ainda mais adolescentes.
"Um tema importante e necessário a ser debatido nas escolas. Nossos professores darão continuidade aqui na Escola Tancredo Neves e tenho certeza de que a temática vai auxiliar esses jovens e adolescentes no futuro", destacou o Diretor da unidade de ensino, Rodrigo Naatz.
Compromisso que não pode parar
Para a Promotora de Justiça Cassilda Maria de Carvalho Santiago Dallagnolo, o projeto marca um compromisso permanente: "Nosso objetivo é construir uma rede de proteção cada vez mais forte. Esses encontros mostraram a disposição dos jovens em aprender e refletir sobre suas próprias relações, mas é fundamental que o trabalho continue: agora, com os professores como multiplicadores e o mapeamento de novas escolas, podemos ampliar essa rede de prevenção e conscientização. O projeto não pode parar".
Próximos passos
Com o encerramento deste primeiro ciclo de palestras, a expectativa é que as escolas, em parceria com o MPSC e o Judiciário, promovam novas rodas de conversa e ações educativas, ampliando o alcance da iniciativa. Assim, a comarca reforça seu compromisso em prevenir a violência desde a adolescência, preparando os jovens para viverem relações mais saudáveis e justas.
"O envolvimento dos alunos e professores mostrou que a escola é um espaço fundamental para promovermos a cultura do respeito e da igualdade. O conhecimento adquirido aqui vai muito além da sala de aula: será levado para as famílias, para os grupos de amigos e para toda a comunidade. Esse é o caminho para construirmos relações mais saudáveis e prevenirmos a violência desde cedo", disse a Juíza de Direito Isabela Ferreira Sauer.