O pacto se compromete a abranger não apenas a dimensão da resposta aos efeitos da violência contra as mulheres, mas também as dimensões da prevenção, assistência, proteção e garantia dos direitos das mulheres em situação de violência, bem como o combate à impunidade dos agressores.
A Promotora de Justiça Helen Crystine Corrêa Sanches foi quem representou o Procurador-Geral de Justiça, Sandro José Neis, na assinatura do termo. Para ela, que atua na área do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em Florianópolis, a assinatura do Pacto representa o compromisso do Poder Público e das instituições responsáveis pelas ações de prevenção, enfrentamento e responsabilização da violência contra a mulher de tornar a Lei Maria da Penha "viva", cumprindo as promessas de proteção e garantia de direitos trazida por ela.
'' A articulação das instituições por meio do pacto implica em responsabilidades na implementação da Lei Maria da Penha e é muito oportuna, pois, passados mais de 11 anos da sua vigência, pouco se avançou na efetivação das políticas e serviços públicos indispensáveis para garantir o seu cumprimento'', complementa.
A audiência pública foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos por solicitação da Bancada Feminina e do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim) da ALESC.
Mais dados sobre violência contra mulher em Santa Catarina
No MPSC, apenas em 2017, foram recebidas 3.828 denúncias e 10.212 procedimentos investigativos relacionados a esse tipo de violência. Em dezembro do ano passado, apenas na 34ª Promotoria de Justiça da Capital, na área do Juizado da Violência Doméstica da Capital, estavam registrados 2.836 processos em tramitação, dos quais 1.934 inquéritos policiais e ações penais em andamento (atuação criminal) e 902 medidas protetivas (atuação cível).
De acordo com dados compilados pelo Pacto, em Santa Catarina, o homicídio de mulheres cresceu 12% de 2006 a 2013. Em 2013, 122.829 mulheres foram vítimas de agressão no estado, seja ela física, psicológica ou sexual, 946 foram assassinadas entre 2003 a 2013 (Mapa Violência, 2015), e Tijucas encontra-se entre os 100 municípios mais violentos para as mulheres.
Um levantamento realizado pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para assuntos Institucionais do MPSC demonstrou que de janeiro a agosto de 2017, segundo a Secretaria da Segurança Pública, foram registrados 2.332 ocorrências de violência doméstica, enquanto foram enviadas ao Poder Judiciário, no mesmo período, apenas 236 ocorrências.
Em relação à 6ª Delegacia de Polícia de proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (CPCAMI), existiam 1.523 inquéritos policiais em tramitação, e desses, 1.403 estão fora do prazo e 120 dentro do prazo, conforme dados extraídos do relatório da visita técnica realizada pelo Ministério Público em outubro de 2017.