Palavra de origem inglesa, bullying é uma prática de intimidação e desrespeito que compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas adotadas por uma pessoa ou grupo contra outra pessoa ou grupo, causando dor, angústia e sofrimento. O bullying ocorre em uma relação desigual de poder e é um problema social que acontece também em ambientes virtuais e fora da escola, como na rua ou em áreas de lazer e até mesmo com adultos nos locais de trabalho.
Apesar de ser muitas vezes justificado como uma forma de humor ou brincadeira, o bullying marca a vida de quem sofre, podendo gerar casos de baixa autoestima, depressão, isolamento, agressividade, fobias e falta de envolvimento com os colegas. Neste dia 20 de outubro, Dia Mundial do Combate ao Bullying, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) incentiva o diálogo e o esclarecimento sobre esse fenômeno, com ênfase na cultura do respeito e no combate aos preconceitos.
Nas redes sociais da instituição (Instagram e Facebook), você pode acompanhar a campanha completa "Bullying: isso não é brincadeira!", que em 2023 amplia seu alcance, trazendo informações sobre o protagonismo que adolescentes e jovens, tutelados por adultos, podem ter no combate a essa prática.
Para a psicóloga do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação do MPSC Daphne de Castro Fayad, é fundamental dialogar sobre o tema com estudantes, pais e professores, pois todos são cruciais no processo de identificação e mudança de comportamento. "A conversa aberta é sempre importante, mas o recurso mais eficiente é o exemplo. Assim, devemos nos preocupar com o modelo de convivência que estamos refletindo aos mais jovens", declara Fayad.
Estudos demonstram que práticas de "equipes de ajuda" entre pares (adolescente - adolescente, estudante - estudante) são uma ferramenta importante de apoio para o suporte daqueles que estão com alguma dificuldade, além de melhorarem significativamente o clima escolar. Práticas assim reforçam o laço social e a sensação de pertencimento e estimulam o protagonismo.
"Sabemos que o envolvimento dos próprios estudantes no processo de mudança e enfrentamento é fundamental, pois são eles que identificam os problemas e produzem formas mais realistas de enfrentá-lo", afirma Daphne de Castro Fayad.
Além disso, é preciso levar em consideração que muitas vezes o agressor é também uma pessoa que está em sofrimento e precisa ser apoiada e ajudada. Frequentemente, as violências praticadas têm origem em agressões sofridas em outros espaços. Portanto, adultos, pais e professores são fundamentais nesse processo, acompanhando e identificando comportamentos relacionados ao bullying. Somos todos responsáveis pelos espaços e formas de convivência.