O início da restauração da Casa Rosa tem proporcionado uma viagem ao passado que ainda não está totalmente desvelada, mas que em seus primeiros capítulos se mostra promissora.
O início da restauração da Casa Rosa tem proporcionado uma viagem ao passado que ainda não está totalmente desvelada, mas que em seus primeiros capítulos se mostra promissora. No interior da casa, foram encontrados diversos documentos pessoais das últimas famílias que habitaram a residência e que podem ajudar a traçar um perfil dessas pessoas. Extratos de luz e água, caderneta de gastos diários, exames médicos, fotografias antigas de família, convites para datas festivas, como para o Natal, cartas, toalhas de crochê, revistas de crochê, entre outros.
Os documentos serão higienizados por um especialista a ser contratado pelo MPSC. Depois de analisados pelo Memorial do MPSC, esses documentos serão disponibilizados na casa quando esta estiver restaurada. Segundo a Diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), Promotora de Justiça Vanessa Wendhausen Cavallazzi, essa é uma maneira de mostrar antigos hábitos de vida dos moradores da casa e, por conseguinte, de antigos moradores da ilha.
"O MPSC teve contribuição decisiva para grande parte das conquistas de nossa sociedade. Gostaríamos, então, de contar um pouco da história institucional e dos avanços sociais alavancados pelo Ministério Público pela ótica da vida cotidiana de uma típica família florianopolitana. A ideia é entregar à sociedade uma casa de valor histórico comprovado, em uma área na qual muito pouco de nossas origens sobrou", ressalta Vanessa Cavallazzi.
A instituição está monitorando cada etapa do trabalho de restauração do imóvel. A Casa Rosa está situada na rua Bocaiúva, no mesmo terreno onde futuramente será construído um novo prédio do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A casa tem arquitetura colonial açórica catarinense com elementos do neoclássico imperial. Sua importância histórica é reconhecida pelo Estado através do tombamento da edificação, processo iniciado no ano de 1986.
O primeiro vestígio histórico da edificação é do século XIX e está presente em um periódico da época. Foi o jornal o Despertador que contou que, em 1859, Manoel Moreira da Silva promoveu uma festa. Os encontros eram recorrentes e serviam de chamariz às pessoas influentes da sociedade e nelas muitas discussões e conchavos políticos eram empreendidos.
O MPSC tem planos de torná-la um espaço de interação com a sociedade catarinense, constituindo um memorial que dedicará espaço para a história da casa, exibindo documentos e fotografias antigas que retratem a evolução da fachada externa e da disposição dos espaços internos.
Casa Rosa: documentos revelam hábitos de antigos moradores
O início da restauração da Casa Rosa tem proporcionado uma viagem ao passado que ainda não está totalmente desvelada, mas que em seus primeiros capítulos se mostra promissora.