Os cigarros eletrônicos, muito utilizados entre os jovens, podem trazer ao usuário a sensação superficial de estar na moda ou de ser "descolado". Porém, o uso desses dispositivos esconde muitos perigos para a saúde. Substâncias presentes nos cigarros eletrônicos podem desenvolver câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial. No Brasil, a venda é proibida, mas, mesmo com a proibição, o consumo cresceu mais de 600% nos últimos anos.
Visando conscientizar as pessoas e reforçar os males do cigarro eletrônico, a Prefeitura Municipal de Joinville, que participa do Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI) formado por iniciativa das Promotorias de Justiça com atuação na área da infância e juventude da Comarca de Joinville, lançou uma campanha educativa com o alerta "Parece inofensivo, só que não".
Os materiais estão sendo veiculados em canais de televisão, emissoras de rádio, portais de notícias, jornais impressos e nas redes sociais. Além disso, serão distribuídos cartazes e folhetos informativos sobre as substâncias existentes nos cigarros eletrônicos, como nicotina e metais pesados.
A iniciativa tem como objetivo combater o uso dos cigarros eletrônicos em Joinville, sobretudo nas unidades escolares, destacando os prejuízos à saúde. Ela foi uma das estratégias indicadas pelo GTI que discute o tema desde o mês de julho, como um desdobramento de uma atividade do projeto "Reunindo a rede", do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que em Joinville é coordenado pela 4ª Promotoria de Justiça.
A Promotora de Justiça Barbara Elisa Heise, que coordena o projeto "Reunindo a rede", destacou que, "durante uma das reuniões do projeto, os presentes trouxeram o uso do cigarro eletrônico como um tema a ser enfrentado. Assim, além de outras medidas que estão sendo tomadas em paralelo, a conscientização da população por meio de campanhas educativas é uma ação importante que foi definida pelo grupo para ser executada ainda neste ano de 2024".
A campanha "Parece inofensivo, só que não" mostra que existe um lado do cigarro eletrônico pouco mostrado pelas redes sociais, que representa os efeitos graves e irreversíveis. Dados da Fundação do Câncer apontam que cerca de 70% dos usuários de cigarro eletrônico no Brasil têm entre 15 e 24 anos. Além disso, o uso do dispositivo eletrônico, popularmente chamado de `vape¿ ou `pen drive¿, corresponde a fumar o equivalente a uma carteira de cigarros tradicionais por dia.
"As diversas reuniões que fizemos sobre o tema deixaram claro o quanto a população desconhece os malefícios do cigarro eletrônico, principalmente quando consumido por crianças e adolescentes. É urgente que tomemos ações com o objetivo de conscientizar as famílias", diz a Promotora de Justiça Bárbara Elisa Heise, que coordena o GTI.
Além do MPSC, fazem parte do GTI a Polícia Militar, Polícia Civil, Conselho Tutelar, Coordenadoria Regional da Secretaria de Estado de Educação, Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e a Prefeitura de Joinville, por meio da Procuradoria-Geral do Município, Departamento de Trânsito, Guarda Municipal e das Secretarias da Saúde, Educação, Assistência Social, Governo e Comunicação, além de demais entidades que atuam na promoção e proteção integral de crianças e adolescentes.