Um homem que agrediu e tentou matar a companheira com golpes de machado por não aceitar o fim do relacionamento, em 2021, foi condenado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Braço do Norte. O réu foi sentenciado a nove anos e quatro meses de reclusão, em regime inicial fechado, por tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e feminicídio.
Além disso, foi condenado a cinco meses e 10 dias de detenção pelo crime de lesão corporal e a 22 dias de prisão simples pela contravenção de vias de fato.
Essas duas penas deverão ser cumpridas em regime semiaberto.
A Promotora de Justiça Marcela Pereira Geller atuou no julgamento.
Conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o homem agiu por motivo fútil, visto que tentou tirar a vida de sua companheira em razão de não se conformar com a decisão dela de encerrar o relacionamento dos dois.
Do mesmo modo, praticou as agressões por razões da condição do sexo feminino, na medida em que o fez em motivação de gênero e no contexto da relação íntima de afeto que manteve com a vítima, com quem convivia em união estável desde o primeiro semestre de 2021, aproximadamente.
Além disso, as agressões foram praticadas no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Na sentença, o juiz manteve a prisão preventiva do réu, anteriormente decretada, para garantia da ordem pública e evitar a prática de novas agressões, citando que o acusado tem histórico de violência contra mulheres e, inclusive, já foi condenado por duas vezes pelo crime de tentativa de feminicídio.
Na madrugada do dia 25 de julho de 2021, por volta de 1 hora, o réu deu início às agressões contra a companheira, no bairro Nossa Senhora das Graças, atingindo-a com um tapa no rosto, por não aceitar a decisão da vítima em findar o relacionamento com ele.
De acordo com a denúncia do MPSC, quando a vítima manifestou o desejo de ir embora do local dos fatos e seguiu a pé, em via pública, o réu, ao alcançá-la praticou nova agressão física. Ele a puxou pelo braço, derrubou no chão e a segurou pelo pescoço, na tentativa de enforcá-la e, em seguida, mordeu-a no rosto.
Por volta das 13h20, do mesmo dia, a vítima foi até a casa em que vivia com o homem, no bairro Custódio Sombrio, para recolher seus pertences, mas foi surpreendida pelo companheiro que estava armado com um machado.
Empunhando a ferramenta, o homem passou a rodear o carro dentro do qual ela estava tentando acertá-la e esperando que saísse do veículo.
Na oportunidade que teve, a vítima saiu do carro e correu em direção à casa de um vizinho. Ao alcançá-la, o homem desferiu diversos golpes de machado contra ela, atingindo-a na cabeça, nas costas, no pescoço e em outras partes do corpo.
O réu foi impedido de desferir novos golpes contra ela, pois populares entraram na casa a tempo, tomaram o machado das mãos do agressor e o retiraram do local.