Em uma sessão do Tribunal do Júri na última sexta-feira (17/5), um homem acusado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) foi condenado a cinco anos, cinco meses e 10 dias por atentar contra a vida de uma policial civil no exercício das suas funções. Considerando que o denunciado permaneceu preso entre novembro de 2021 e maio de 2023, o Juiz responsável pela sentença determinou o cumprimento do restante da pena em regime semiaberto, concedendo-lhe o direito de recorrer em liberdade. A 1ª Promotoria de Justiça de Chapecó já interpôs recurso contra a sentença com o objetivo de aumentar a pena.  

O caso ocorreu na noite de 31 de maio de 2021, no município de Chapecó, durante uma ação de monitoramento do tráfico de drogas, após a Divisão de Investigação Criminal de Fronteira receber informações de que indivíduos estariam chegando na cidade com entorpecentes. O destino supostamente seria a residência do denunciado e de sua companheira, porém o veículo que estava sendo monitorado passou próximo ao local e rumou para outra residência, forçando a equipe a se dividir entre os dois endereços.  

Enquanto monitorava a residência do investigado, a vítima, agente de Polícia Civil, acompanhada de outro agente, avistou o veículo conduzido pelo denunciado com a companheira, que deixou o local e retornou cerca de vinte minutos depois. Passados alguns instantes, os dois se preparavam para sair novamente quando a equipe policial decidiu abordá-los no automóvel, já em via pública.  

No momento em que o policial civil foi ao encontro do denunciado, que estava no banco do motorista, a agente vítima do crime se dirigiu à outra lateral do veículo, onde estava a companheira. O denunciado, então, arrancou o veículo de forma brusca, fazendo com que a agente ficasse com a mão presa na maçaneta da porta. A vítima foi arrastada pelo veículo por alguns metros até conseguir se soltar, vindo a cair na via pública em frente ao automóvel. O outro policial também foi jogado para trás.   

Ao tentar fugir, o denunciado arrancou com o veículo na direção da vítima e só não a atropelou por conta da rápida atuação do colega, que atirou no pneu traseiro do veículo e garantiu o tempo necessário para que a colega não fosse atingida em cheio. Dessa forma, a agente foi atingida apenas pela lateral do veículo, com pequenas lesões nas mãos e nos joelhos. Ainda durante a fuga, o casal investigado tentou se desfazer de mais de R$ 30 mil em espécie.   

O titular da 1ª Promotoria de Justiça de Chapecó, Promotor de Justiça Joaquim Torquato Luiz, destaca que mais uma vez a comunidade de Chapecó demonstrou confiar nas Polícias Civil e Militar e no Ministério Público. "Independentemente da pena, a condenação serve como clara resposta ao crime organizado, no sentido de que não serão tolerados desrespeitos às forças policiais, especialmente quando cometidos por meio de atos de violência, como ocorreu no crime posto em julgamento", disse.