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A 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Joaquim realizou uma audiência pública para a comunidade debater os impactos que um empreendimento da empresa Klabin S/A pode gerar à Serra catarinense. Trata-se da plantação de uma floresta de pinus na área onde fica o famoso Vale Caminhos da Neve. O local é considerado fundamental para o turismo, pois permite registros fotográficos que promovem a imagem de uma das regiões mais frias do Brasil.

O evento aconteceu no fórum, com a participação de cerca de 100 pessoas, entre políticos, representantes da sociedade civil, executivos da Klabin S/A, membros do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e lideranças da comunidade. "Estamos falando de um empreendimento que pode atingir diretamente a população, o meio ambiente e a economia local, e promovemos esse debate justamente para buscar soluções viáveis", disse a Promotora de Justiça Daianny Cristine Silva Azevedo Pereira.


PostA audiência pública definiu a necessidade da realização de estudos técnicos aprofundados sobre a extensão da área a ser protegida, cujos resultados serão anexados ao inquérito civil que trata do assunto. Esse documento deve servir como base para que o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) proponha à empresa um termo de ajustamento de conduta visando à criação de uma unidade de conservação da natureza.

"O Vale Caminhos da Neve é um dos principais cartões postais da região serrana e essa paisagem precisa ser preservada perpetuamente, com diretrizes que respeitem o meio ambiente e ao mesmo tempo ajudem a promover a atividade turística", concluiu a Promotora de Justiça.

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Público se manifesta contra a plantação de pinus no Vale Caminhos da Neve

O representante do IMA, Aldori Batista dos Anjos, salientou que a melhor alternativa é, de fato, a criação de uma unidade de conservação ambiental, como um parque municipal. "Naturalmente, as empresas visam ao lucro, mas também é preciso ter um olhar voltado à preservação da natureza, pelo bem de todos", disse.

Já o presidente do Conselho de Turismo de São Joaquim (COMDESTUR), Mycchel Legnaghi, falou sobre a importância da área para registros fotográficos, especialmente nos períodos de frio, quando a geada e a neve tomam conta da paisagem. "Esse cenário traz visibilidade nacional ao nosso município, gerando vários benefícios, por isso a preservação é fundamental", defendeu.

A assessora de turismo da Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES), Ana Vieira, por sua vez, argumentou que a beleza cênica e a natureza são as bases do turismo local e que essas áreas não podem ser afetadas por empreendimentos que as descaracterizem. "Existem diversos locais que podem ser utilizados para o plantio de pinus, mas não aqueles que distinguem a região das demais", explicou.

Na mesma linha, o professor aposentado Edu Santos falou sobre a importância do plantio de pinus para a economia, mas disse que existem locais apropriados. "Sempre conversei com meus alunos sobre sustentabilidade e estamos diante de uma situação que afeta diretamente a todos nós, pois gera impactos no meio ambiente e no turismo", apontou.

Por fim, o representante da Companhia de Águas e Saneamento (CASAN), Luiz Carlos do Amaral, falou sobre a ausência de uma legislação voltada ao zoneamento ambiental e ecológico em São Joaquim. "Precisamos urgentemente de regramentos específicos para preservar nosso ecossistema", disse.