O Tribunal do Júri da Comarca de Maravilha julgará, nesta quarta-feira (26/10), a partir das 8h, uma vereadora de Tigrinhos e dois homens denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por matar um idoso a tiros no interior do município. A parlamentar e um dos réus também serão julgados por tentativa de denunciação caluniosa. Crimes foram praticados em fevereiro deste ano.
O Conselho de Sentença - que é formado por sete jurados - julgará a vereadora e um dos acusados pela prática de homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima e ainda por tentativa de denunciação caluniosa. Já o outro réu, por homicídio qualificado pela dificuldade de defesa para a vítima.
O Promotor de Justiça Marcos Schlickmann Alberton, da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Maravilha, representará o MPSC na sessão.
De acordo com a denúncia, os crimes foram praticados nos dias 3 e 4 de fevereiro deste ano. No dia 3, a vereadora e um dos denunciados teriam se ido à Delegacia de Polícia de Tigrinhos e registrado uma ocorrência em que afirmava que o idoso - que era morador da casa que a denunciada afirmava ainda ser dela - se recusava a desocupar o imóvel e havia a ameaçado com um facão quando ela foi até o local para lhe pedir que ele abandonasse a residência. Porém, conforme comprovaram as investigações, essa ameaça nunca foi feita.
Ainda conforme a peça acusatória, o terreno e a casa já não pertenciam a parlamentar há cerca de seis meses, quando foram entregues a uma cooperativa de crédito como pagamento de uma dívida que ela tinha com a instituição financeira. Apesar disso, a ré teria continuado a exigir que a vítima continuasse pagando aluguel a ela ou desocupasse a casa por falta de pagamento. Ocorre que, além do imóvel já não pertencer mais à acusada, o morador teria demonstrado interesse em adquiri-lo diretamente da cooperativa de crédito.
Conforme as apurações realizadas, foi possível concluir que a falsa comunicação da ameaça teria como objetivo garantir impunidade em relação ao crime de homicídio que foi praticado no dia seguinte. A denunciação caluniosa somente não se consumou porque acabou descoberta durante as investigações da morte do morador.
Ainda de acordo com a denúncia, no dia 4 de fevereiro, a vereadora e o cúmplice que a acompanhou na delegacia teriam se juntado a um terceiro envolvido e se dirigido até a casa da vítima. Esse último teria ocupado uma posição estratégica na propriedade com o objetivo de impedir que a vítima fugisse. O idoso então foi morto com cinco tiros, que teriam sido disparados pelo cúmplice da vereadora, que teria ido ao local com um revólver escondido debaixo de suas roupas.
Durante a instrução processual, não foram colhidas provas suficientes de participação no crime do quarto envolvido, que foi denunciado junto com os demais acusados. Então, a pedido do MPSC, a Justiça proferiu sentença de impronúncia, e ele não será submetido a julgamento pelo tribunal popular.
O que: Sessão do Tribunal do Júri
Onde: Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Maravilha - Fórum de Maravilha - R. Av. Anita Garibaldi, 1181 - Centro
Quando: 26 de outubro de 2022
Público: presencial, imprensa e para o público em geral.