O rio Camboriú segue pedindo socorro. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) precisou ir à Justiça para tentar com que a Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA) cumpra integralmente o termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado em dezembro de 2022. A 5ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú ingressou com ação de execução judicial do TAC na Vara da Fazenda Pública da comarca. Dessa forma, a situação agora está judicializada, já que a EMASA não cumpriu na totalidade o acordo extrajudicial.
O Promotor de Justiça Isaac Sabbá Guimarães também já requisitou à Delegacia de Polícia a instauração de inquérito policial para averiguar eventuais responsabilidades de gestores ou técnicos da autarquia sobre a poluição do rio Camboriú. "O Ministério Público está atento a todo o problema envolvendo a estação de tratamento de esgoto de Balneário Camboriú, e estamos envidando todos os esforços para responsabilizar e minimizar o impacto sobre o rio Camboriú e a orla de Balneário", destaca o Promotor de Justiça.
Antes de se encontrar com o mar, o rio Camboriú vem recebendo o despejo do esgoto doméstico. Seguindo o site da EMASA, a ETE tem capacidade para tratar 600 litros por segundo de esgoto. Nos horários de pico, o volume chega a 900 litros. Porém, sem tratamento adequado, os dejetos acabam indo para o rio.
Em agosto de 2023, com o termo de ajustamento de conduta já em cumprimento, a 5ª Promotoria de Justiça foi procurada pela autarquia, para informar que a geomembrana - responsável pela impermeabilização da lagoa de decantação - tinha rompido e a solução seria o despejo in natura do esgoto.
O MPSC se posicionou contrário ao tipo de resolução proposta. Assim sendo, a EMASA contratou na época uma empresa para fazer o reparo, mas não houve tempo hábil para impermeabilizar a lagoa de tratamento. A consequência disso é que grande parte do esgoto está sendo despejada sem ser tratada, causando danos ambientais.