Apenas 37 (12,63%) dos 293 municípios catarinenses possuem rede coletora
de esgoto sanitário implantada e sistema de tratamento licenciado, conforme
diagnóstico elaborado com base nas informações prestadas pelas administrações
municipais e apresentado nesta quinta-feira (17/11) pelo Ministério Público de
Santa Catarina (MPSC).
Apenas 37 (12,63%) dos 293 municípios catarinenses possuem rede coletora
de esgoto sanitário implantada e sistema de tratamento licenciado, conforme
diagnóstico elaborado com base nas informações prestadas pelas administrações
municipais e apresentado nesta quinta-feira (17/11) pelo Ministério Público de
Santa Catarina (MPSC). A divulgação dos dados encerra a primeira fase do
inquérito civil instaurado pelo Procurador-Geral de Justiça, Pedro Sérgio Steil,
em setembro do ano passado para apurar a situação do saneamento básico no
Estado.
O MPSC também firmou termo de cooperação técnica com órgãos públicos e
entidades civis (confira relação abaixo), com a finalidade de implementar ações
integradas que possibilitem melhorar o índice de atendimento à população urbana
com serviços adequados de esgoto, e anunciou medidas que deverão ser
implementadas a curto, médio e longo prazo, por bacia hidrográfica, para buscar
reverter o quadro. Conforme as informações recebidas das administrações
municipais, 195 (66,55%) municípios catarinenses não possuem rede coletora de
esgoto sanitário.
Solidariedade - Conforme o Procurador-Geral de Justiça, se vários indicadores
relacionados à qualidade de vida são motivo de orgulho para os catarinenses, a
situação do saneamento básico no Estado é lamentável. Para ele, a solidariedade
demonstrada pelos representantes dos órgãos públicos e entidades civis que
assinaram o termo de cooperação técnica é fundamental para implementar ações que
garantam a ampliação do sistema de esgoto sanitário, essencial para a proteção
da saúde da população e do meio ambiente.
No termo de cooperação técnica estão previstas ações que vão desde a
identificação e eliminação das ligações e lançamentos irregulares de esgotos
sanitários no sistema de águas pluviais e nos corpos d¿água até a implementação
de planos de saneamento ambiental, estabelecidos em lei, em todos os municípios
catarinenses (confira abaixo as principais medidas estabelecidas no
documento).
Conforme o Coordenador-Geral do Centro de Apoio Operacional do
Meio Ambiente (CME) do MPSC, Procurador de Justiça Jacson Corrêa, apenas 12% das
pessoas que vivem nas cidades catarinenses são atendidas adequadamente por
serviços de esgoto, enquanto a média nacional é de 44%: "A destinação inadequada
de esgotos sanitários é a principal causadora da poluição do solo, de lençóis
freáticos, de mananciais e de cursos d'água e, conseqüentemente, de uma série de
doenças."
Programa - Corrêa afirmou que o MPSC firmará parcerias com a
finalidade de buscar soluções consensuais, mas, se necessário, também irá
identificar responsabilidades e exigir a implementação de medidas para resolver
o problema, já que a destinação inadequada de esgoto é crime ambiental. Segundo
ele, os municípios têm condições de obter financiamento para a elaboração e
execução de projetos na área de saneamento básico e se for preciso o MPSC
buscará a tutela judicial para exigir a efetiva ligação dos esgotos sanitários à
rede coletora implantada, conforme já proposto em programa lançado em dezembro
de 2001 pela Instituição. Em São José e na Praia de Canasvieiras, em
Florianópolis, o Programa de Ligação dos Esgotos Sanitários na Rede Coletora
Implantada atingiu cerca de 90% dos imóveis, lembrou o Coordenador-Geral do
CME.
Além da ausência de serviços adequados, segundo o Coordenador do CME,
Promotor de Justiça Luciano Trierweiller Naschenweng, outro problema foi apurado
no inquérito civil: muitas estações de tratamento de esgotos existentes no
Estado funcionam de maneira deficiente, inclusive por falta de pessoal
qualificado para operar algumas delas.
Em seu pronunciamento, o Presidente da
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Seção Estadual de
Santa Catarina (ABES/SC), Paulo José Aragão, destacou a importância na
iniciativa do MPSC e afirmou que o trabalho da Instituição na área do meio
ambiente, com a implementação de diversos programas em nível estadual, virou
referência nacional.
Signatários do termo de cooperação
técnica
Ministério Público Estadual
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável
Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembléia
Legislativa
Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan)
Federação Catarinense de Municípios (Fecam)
Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina
(Fatma)
Vigilância Sanitária Estadual
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (CREA/SC)
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental, Seção Estadual de Santa Catarina (ABES/SC)
Associação dos Serviços Municipais de Água e Esgoto do Estado de Santa
Catarina
Principais medidas previstas no termo de
cooperação técnica
1) Curto prazo: a) identificar e
eliminar as ligações e lançamentos irregulares de esgotos sanitários no sistema
de águas pluviais e nos corpos d¿água;
b) identificar e fiscalizar os condomínios e novas construções a fim de
que disponham de sistemas adequados de tratamento de esgoto;
c) exigir a efetiva ligação dos esgotos sanitários à rede coletora
implantada, conforme já proposto em Programa do Ministério Público, lançado em
dezembro de 2001;
d) aumentar a eficácia e eficiência dos sistemas de esgotamento
sanitário já implantados;
e) sistematizar as informações referentes às localidades atendidas com
serviços de esgoto, e, onde houver, as obras de esgoto em andamento;
f) sistematizar as informações referentes às localidades que possuem
algum tipo de estudo relacionado a sistema de esgotos sanitários, tais como:
Plano Diretor, Estudo de Concepção, Relatório Preliminar, Projeto Básico ou
Projeto Final de Engenharia;
g) identificar as licenças já expedidas pelo órgão ambiental do Estado
para sistemas de esgotamento sanitário;
h) identificar as localidades que integram o Programa de Controle da
Balneabilidade da Orla Marítima do Estado de Santa Catarina, bem como os dados
históricos dos últimos 03 (três) anos;
i) identificar os sistemas individuais e coletivos de tratamento
sanitário dos imóveis pertencentes ao Poder Público;
j) identificar os municípios que obtiveram financiamento público para
implantação de sistemas de tratamento de esgoto e que estão com as obras
inacabadas;
k) avaliar e identificar todas as empresas prestadoras de serviços
regulares de limpa-fossa que possuem licenciamento ambiental;
l) elaborar uma agenda de trabalho destinada à avaliação periódica da
qualidade dos serviços de esgotamento sanitário prestados.
2) Médio prazo: a)
gestionar junto aos Municípios para que elaborem
projetos de implantação e desenvolvimento de obras e serviços de esgoto, a fim
de que fiquem de acordo com as normas relativas à proteção ao meio ambiente, à
saúde e ao uso e ocupação do solo.
b) formalizar a versão final das medidas pactuadas por meio de Termos de
Compromisso de Ajustamento de Condutas, em face de procedimentos em separado que
serão instaurados em cada comarca do Estado.
3) Longo prazo:
a) dotar os 293 Municípios catarinenses de sistemas
adequados de tratamento de esgoto sanitário, mediante previsão em lei municipal,
de um plano de saneamento ambiental.
Rede coletora com tratamento no
Estado
Situação
Setembro/2005
Municípios
Percentual
Com licença
37
12,63%
Em implantação
32
10,92%
Em projeto
29
9,90%
Inexistente
195
66,55%
Total
293
100,00%
MPSC divulga diagnóstico e anuncia medidas para ampliar o sistema de saneamento básico no Estado
Apenas 37 (12,63%) dos 293 municípios catarinenses possuem rede coletora
de esgoto sanitário implantada e sistema de tratamento licenciado, conforme
diagnóstico elaborado com base nas informações prestadas pelas administrações
municipais e apresentado nesta quinta-feira (17/11) pelo Ministério Público de
Santa Catarina (MPSC).