Com isso, no dia dos crimes, Rozalba facilmente convenceu Flávia a acompanhá-la para uma surpresa - um chá de bebê (inexistente) que estaria sendo organizado por ela e as amigas da vítima. Flávia se deixou ser vedada e, sem ver o que a esperava, foi atacada por Rozalba, que golpeou a cabeça da vítima várias vezes.
Com a vítima inconsciente devido aos golpes, Rozalba usou um estilete para lhe abrir o ventre e extrair do útero de Flávia o filho, ainda em gestação. Flávia morreu devido à hemorragia causada pelo parto em condições precárias e realizado de forma brutal.
As circunstâncias do homicídio configuram as qualificadoras de motivo torpe, pela dissimulação, praticado com recurso que dificultou a defesa da vítima e com meio cruel, para possibilitar a prática de outro crime (subtração de incapaz e parto suposto) e feminicídio (já que a morte de Flávia está diretamente relacionada à sua condição do sexo feminino, devido à sua gravidez). A pena também foi aumentada, como pediu o Ministério Público, porque a vítima era gestante. Ela também foi condenada pela subtração do bebê de sua mãe verdadeira e por ter simulado o parto de seu filho, que nunca existiu.
Tentativa de homicídio qualificado contra o bebê (homicídio tentado do neonato)
Como a criança foi gravemente ferida pelo estilete usado para retirá-lo do ventre de sua mãe, o bebê que ainda estava em gestação, quase morreu. Rozalba não tinha qualificação alguma para realizar uma cirurgia como uma cesariana, tampouco tinha a intenção de realizar tal procedimento. A acusada apenas queria retirar o bebê da barriga de Flávia e, com isso, colocou em risco a vida da criança de forma consciente, assumindo a possibilidade de matá-la. Além disso, o bebê nunca teria chance de se defender, circunstância que leva à qualificação deste crime como homicídio qualificado tentado, com o uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima.
Fraude processual e ocultação de cadáver
Após cometer os crimes contra a vida da mãe e do bebê em gestação, Rozalba fez o que pode para acobertar os seus atos e prejudicar as investigações e o processo: escondeu o corpo de Flavia no forno de uma cerâmica, o que fez com que o cadáver só fosse encontrado no dia seguinte aos crimes e a vítima chegasse a ser dada como desaparecida. A ré também escondeu o celular da Flávia, onde havia certamente provas contra ela.
Público com acesso restrito à sessão
O acesso do público à sessão de julgamento foi restrito e controlado pela Polícia Militar para atender às normas de controle da pandemia de convid-19. A imprensa pode acompanhar apenas alguns momentos do julgamento e os repórteres credenciados só puderam falar com os Promotores de Justiça e com a defesa da ré antes da sessão começar, em alguns intervalos e após a sentença.
Um grande número de jornalistas esteve durante todo o dia na Câmara de Vereadores de Tijucas à espera de uma oportunidade para falar com as partes ou de obter uma informação.