O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) entrou com recurso contra a condenação do dentista Walter Duart Pereira, julgado pelo Tribunal do Júri nesta quarta-feira (25/03). O réu foi sentenciado por causar a morte da estudante universitária Mariana Costa Bento na Avenida Beira-mar Norte, em Florianópolis. A pena atribuída consiste no pagamento de 12 cestas básicas, prestação de serviço comunitário e suspensão do direito de dirigir por sete meses.

O Tribunal do Júri acatou, por maioria de votos, em decisão dividida, o pedido de defesa do réu, que caracterizou o caso como homicídio culposo e lesão corporal culposa, onde não há intenção de matar. Segundo o Promotor de Justiça Daniel Paladino, que atua na área criminal na 37ª Promotoria de Justiça de Florianópolis, a decisão não condiz com a gravidade do caso.

Na opinião da Promotoria de Justiça, o caso se trata de homicídio doloso, uma vez que Walter estava sobre efeito de álcool, dirigia em alta velocidade e atravessou o semáforo no sinal vermelho, o que demonstra a intenção de matar e agravaria a pena do investigado. O pedido do Promotor de Justiça Daniel Paladino será para que o réu seja submetido a um novo Tribunal do Júri.

O fato ocorreu em agosto de 2006, quando Walter dirigia em alta velocidade e colidiu com o carro de Mariana e do namorado Andrey Damasco, o que causou a morte da estudante e deixou Andrey gravemente ferido. As vítimas possuíam 20 e 24 anos, respectivamente, na época do acidente.

Conforme as fotos dos radares, Walter dirigia uma caminhonete Ford Ranger em uma velocidade de 110 km/h, onde o permitido é de 80 km/h. A colisão ocorreu quando o dentista cruzou o sinal vermelho. O réu não parou para prestar socorro às vítimas e testemunhas afirmaram que ele havia consumido álcool na data do incidente.