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O último dos denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pela morte de uma menina de cinco anos em uma emboscada motivada por vingança e disputa pelo tráfico foi condenado a 49 anos e dois meses de prisão, em julgamento realizado nesta quinta-feira (24/2).

A sessão do Tribunal do Júri de Tubarão durou quase 14 horas e foi tomada pela emoção. A menina foi a única vítima fatal da emboscada armada pelos autores do crime, cometido por vingança contra um adolescente que atuava em um grupo rival no tráfico de drogas da área, em 2014.

Conforme sustentado no julgamento pelo Promotor de Justiça Diego Henrique Siqueira Ferreira, o réu Cleiton Stanck Silveira foi condenado pelo homicídio da criança e por três tentativas de homicídio praticadas contra um adolescente e duas mulheres que estavam no carro alvejado durante o atentado. Os crimes de homicídio consumado e tentados foram qualificados pelo motivo torpe e por usar de emboscada.

O réu também foi acusado e condenado pelo crime de corrupção de menor, uma vez que se utilizou de uma adolescente para armar a emboscada contra as vítimas.

Os crimes ocorreram em maio de 2014, e outros três denunciados que atuaram com Cleiton já foram condenados. Cleiton foi processado depois deles e só foi julgado e condenado agora por ter conseguido fugir e se manter foragido por aproximadamente cinco anos.  

O Crime 

A morte da menina causou revolta na opinião pública de Tubarão, à época, pois os acusados alvejaram o veículo onde estava o adolescente que pretendiam matar sabendo que havia outras pessoas com ele no veículo, inclusive a criança, que era filha de uma das passageiras e do suposto chefe do grupo rival, que não estava com as vítimas.    

Cleiton planejou a morte do adolescente e a emboscada para cometer o crime motivado pela vingança. Para atrair a vítima, ele teria persuadido outra adolescente a criar um perfil falso em uma rede social se passando por uma garota que estaria interessada na vítima. O adolescente seria morto para que Cleiton demonstrasse poder e se vingasse pela morte de outro integrante de seu grupo que teria sido assassinado pela facção rival, comandada pelo pai da menina.    

O adolescente acreditou que a garota era real e marcou um encontro com ela. A emboscada estava correndo como Cleiton e o seu grupo teriam planejado. No local do encontro, porém, o adolescente chegou acompanhado. Mesmo assim, os autores da armadilha não recuaram e, segundo as apurações, ainda teriam decidido que seguiriam com o plano e matariam os demais ocupantes do carro.    

O veículo foi alvejado pelo menos sete vezes. O adolescente foi atingido por dois tiros, mas sobreviveu. A menina foi atingida também por dois disparos, mas um dos projéteis acertou a sua cabeça e ela não resistiu aos ferimentos.