Com relação à atuação do Ministério Público, ele chamou atenção para a lei que ampliou a competência da Justiça Militar, fazendo com que o controle externo não trate mais apenas dos crimes militares, mas também de outros crimes, desde que cometidos por policiais no exercício das suas funções.
Milhomem destacou a importância de que o Promotor de Justiça que atua no controle externo esteja atento ao que ocorre na esfera pública, independente do registro de notícias de fato. "O membro que atua na área deve ficar extremamente atento, por exemplo, ao que é divulgado pela imprensa. Muitas vezes, é possível partir dessa notícia para apurar eventuais arbitrariedades".
Outro órgão apontado pelo promotor do MPDFT como fundamental foi a Ouvidoria dos MPs, que devem funcionar como "verdadeiros instrumentos de acesso à população para denunciar quaisquer abusos, destacadamente os policiais, que, pela sua natureza, mais dificilmente serão levados pelo povo às delegacias de polícia". Milhomem apontou ainda a importância de que os promotores de Justiça com atuação no controle externo estejam em contato permanente com as corregedorias das corporações policiais. "Internamente, é importante que os membros atuem ao lado dos promotores de Justiça da área de Direitos Humanos, pois muitas denúncias de abuso chegam primeiro a essas Promotorias", concluiu o Promotor de Justiça do Distrito Federal.
Desenvolvido pelos Centros de Apoio Operacional de Segurança Pública e Defesa Social (Ceosp), Criminal (Caocrim) e de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do MPBA, o curso faz parte do projeto do MPBA para incrementar o controle externo na instituição.